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BUDA


BUDA
BUDISMO (há aproximadamente 2.500 anos)


Sidarta Gautama
Gautama, nome "(em sânscrito) do clã do BUDA da época atual. É conhecido também como o sábio (muni) do povo xáquias, portanto Xáquia-Múni. O seu nome pessoal era Siddhatta (em sânscrito Siddhartha). Nos textos budistas é geralmente mencionado como Bhagavat (Mestre).
Os textos PÁLI, que na tradição THERAVADA são tidos como historicamente dignos de confiança, não fornecem nenhuma narrativa contínua da vida de Gautama. O mais longo período consecutivo narrado é o dos últimos dias, que abrange sua jornada a pé, com os discípulos, da capital de Rajagaha, atravessando o Ganges (GANGA) na direção da fronteira do Nepal, para a obscura aldeia de KUSINARA. Aqui ocorreu o PARINIBBANA (NIBBANA final). Depois, os seguidores cremaram seus restos mortais e, dividindo as cinzas, construíram certo número de STUPAS, ou dágabas, e colocaram um pouco de cinza em cada uma delas. O período de ensino e controvérsia pública, que precedeu os últimos dias, aproximadamente quarenta anos desde a Iluminação em BODH GAYA, é representado pelo grosso do conteúdo do SUTAPITAKA, mas sem nenhuma ordem histórica ou sistemática. O seu nascimento, rodeado por maravilhosos acontecimentos verificados no céu e na terra é descrito no Acchariyabhuta-Dhamma Sutta (Majjhima Nikaya). A primeira metade da sua vida, antes da Iluminação e quando ele era ainda um BODISATVA, precisa ser reconstituída a partir de uma variedade de fontes no que respeita à tradição páli. A literatura sânscrita contém algumas narrativas mais longas e contínuas, como MAHAVASTU ou “Grande Evento” (c. Século II AEC) e os “Atos do Buda” (Buddhacarita) do poeta Asvaghosa (século II EC), onde são mais numerosos os dados para a reconstrução da história da doutrina budista do que para a vida de Gautama. Cumpre não esquecer que, do ponto de vista budista, o preeminente é o DHAMMA, ou doutrina. Muitos budas o proclamaram, em cada era das inumeráveis idades passadas, muitos os proclamarão nas inúmeráveis idades que virão. Os acontecimentos históricos da vida de cada Buda só são importantes em relação ao dhamma, que no entender dos budistas, é eterno" (HINNELLS, J. R. Dicionário das religiões. São Paulo: Círculo do Livro, 1984, p.107-108).

BUDA
"A palavra “Buda” não é nome próprio; denota um estado de ser. Na linguagem clássica da Índia significa “o Iluminado” ou “o Despertado”, o estado de quem tem conhecimento direto da verdadeira natureza das coisas, isto é, do DHAMMA (em sânscrito, dharma), ou verdade.
“Quem vê a verdade vê o Buda, e quem vê o Buda vê a verdade” é uma forma budista de expressá-lo.
Consoante a filosofia budista, a natureza do Buda, ou bodhi (Buddha-kaya), é de três tipos. Ou, mais precisamente, o Buddha-kaya tem três níveis: o dharma-kaya, o sambhoga-kaya, e o nirmana-kaya. É difícil explicar em poucas palavras o significado desses termos; é mais provável que se torne claro no processo de estudar o BUDISMO. Ao dharma-kaya, a pura essência da condição de Buda, chama-se às vezes o “corpo auto-existente” (sva-bhava-kaya), ou a verdade “que permanece dentro de sua própria natureza”. Um erudito japonês, D. T. Suzuki, chama-lhe “o aspecto absoluto” da natureza de Buda.
O sambhoga-kaya pode ser compreendido como o “corpo da bem-aventurança”. Isso parece indicar o aspecto de “despertar”, ou verdade, tal como é percebido no reino da bem-aventurança celestial, ou seja, no reino não-mortal. O termo traduz-se, às vezes, por “corpo glorioso”, isto é, o estado de Buda tal como aparece em plena glória e esplendor no reino não-mortal.
Quanto ao nirmana-kaya, o mais próximo equivalente aqui é a palavra “assumido”. O nirmana-kaya é a forma assumida pela condição de Buda, ou pela natureza de Buda, quando ocorre uma manifestação histórica, na forma de uma vida humana. Um exemplo disso, segundo se afirma, foi o Buda Xáquia-Múni (Çakyamuni Buddha), também conhecido por GAUTAMA (nome do clã) e Sidarta (nome pessoal), que viveu na Índia no século VI AEC. Segundo o pensamento budista de todas as escolas, houve muitas manifestações dessa natureza no transcorrer da história cósmica, e haverá muitas mais.
A doutrina dos três kayas da natureza de Buda, em sua forma desenvolvida, é um produto das escolas MAAIANA de budismo. A representação do “Buda” histórico em forma icônica, conhecida como Buddha-rupa, é usada por todas as escolas de budismo como expediente devocional, e representa o Buda na forma (rupa) e com todas as características especiais que, segundo se diz, todos os Budas possuem (IMAGEM DE BUDA)"
(HINNELLS, J. R. Dicionário das religiões. São Paulo: Círculo do Livro, 1984, p.45).